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sábado, 19 de julho de 2008

Batman, The Dark Night, que filme!

Eu não gostava do Batman. Minha única paixão eram as aventuras do Superman. Quem mudou minha opinião foi o Kizzy Ysatis. Quando o conheci me emprestou todos os Contos de Batman e o Cavaleiro das Trevas e Ano Um. Eu entrei no universo obscuro do personagem que é o arquétipo do próprio ser-humano, com todos as suas nuances. Sempre existiu o selo quadrinhos adulto e daí em diante não entendi porque o Homem-Morcego não estava entre esses títulos (Junto com o Homem-Borracha). Não deixei de gostar de Superman, mas reconheci que os dois se completavam e outra coisa: tanto nos quadrinhos, quanto nos desenhos, Batman tinha sido muito mais bem tratado, o que ajudava o sabor dele ser mais fácil de apreciar. E a pilha do Batman começou a competir e superar com a do Kal-el.
E aí veio o Batman Begins com todas as suas referências a alguns contos da década de oitenta, principalmente O Shaman, uma das minha prediletas e ao próprio Ano Um. E percebi que a coisa ganhava fôlego, e o Superman, com o Brian, não recebeu o mesmo trato, foi bacana, mas não quebrou nenhum limite.

E agora é lançado o que será o paradigma em filmes de super-heróis: The Dark Night.
O nome poderia ser, muito bem: The Jocker, ou Two Face, porque os vilões deste filme são o que tornam ele muito bom. E esse comentário está lá, num dos vários momentos de metalinguagem, onde o Coringa fala da importância de um grande vilão para que um grande herói tenha o que fazer. Fabuloso.
Ledger está estonteante e penso como ele se superaria? Atuação de dar medo. Cada tique, palavra, composto com toda a seriedade que o ator australiano sabia empregar. Uma das coisas que faz o filme sair do gênero pipoca. (E eu penso em um nome para continuar, caso o Coringa volte, só um conseguiria seguir o tom criado pelo ator: o Sr. Depp; só ele, acho.) Nada de caricaturas, nada de brincadeiras tolas, todo o lado sombrio do Coringa, que atirou a queima roupa na batmoça e matou o Robin, toda a escuridão está lá. E ainda temos Harvey Dent, o futuro Duas Caras, uma construção de personagem fantástica. Sem maniqueísmo, por mais que a figura o suscite. Em RPG seria um prelúdio bem feito, onde conhecemos bem como o personagem se meteu naquilo tudo, quem ele é, como entrou no Mundo das Trevas. Demais! O ator consegue, principalmente na hora em que grita no hospital... nossa!
Talvez alguns achem longo demais, mas não tem um pedaço que se possa tirar. Talvez a cena final, não o texto dela, mas a cena em si fica meio deslocada, desafinada, da qualidade de todo o resto. Uma corridinha boba, mas que lembra cenas dos quadrinhos dos anos 70 e 60. Fumaça, escuridão, sombras. Talvez tenha tido propósito, ou talvez o texto desse momento seja tão apaixonante que a imagem era só uma necessidade secundária.
Eu gostaria de falar com propriedade desta obra que me deixou muito bem, fez valer algumas horas e como criador me sentir instigado. Eu gostaria de falar melhor das referência cinematográficas e das Hqs, mas infelizmente minha base epistemológica, nesse campo, é rasa. O que posso dizer é que é um filme, de cinema, não de casa. E não assistam no Santa Cruz, o som de lá não agüenta o que o Cavaleiro pede. Vá ao Kinoplex, ou alguma sala arrasadora. E depois me digam.

Té mais.

3 comentários:

Anônimo disse...

não pude conter as lágrimas ao assistir.

seguramente vou assistir de novo.



bjs

kizzy

Anônimo disse...

ps.

acredito que a corridinha besta foi pra mostrar, depois de tantos prodígios, que ele era um ser humano vulnerável e mesmo assim havia assumido um grande peso nas costas por conta da fé que tinha na bondade do amigo; estava ferido, cansado, triste, mergulhado nas sombras como é próprio do Cavaleiro das Trevas.

bjs

k.

Claudio Brites disse...

Leituras são possíveis, todas elas.