Do que é feita a porra que explode na sua boca? E sua língua, do que é feita? Qual o valor de bradar se ninguém ouve? E mesmo que ouça, qual sentido tem o brado de alguém que não ecoa? Do que adianta chorar os oprimidos e oprimir, lamber o desapego e colecionar sapatos? Somos uma massa só, um entrelaçado de veias e credenciais com fotos três por quatro que nos enquadram na moldura do padrão, da regra sisuda e disfarçada de imparcial. Ninguém ama igual, nem a Lei, ela tem preferidos, acariciados, a ceguinha sabe apalpar quem tem o caralho maior. E você fica cantando, dizendo quem é, sabe com quem está falando, mas não é ninguém, não sabe nem definir sua cor, assinalar um xis na sua etnia e quer parar a praça, dar nome pro manifesto e voltar pra casa, dormir de meia aquecido por seus peidos. Pare, pare já, antes de continuar rascunhando palavras de ordem que não dão ordem nem para você, me diga, do que é feita a porra que explode na sua boca no meio da avenida? E sua língua, de que árvore que ela vem? Cuidado, do mesmo modo que há obras póstumas, existem homens póstumos, com palavras morto-vivas, baseados em falecidas convicções e "uma visão baça do mundo".
8 comentários:
Eita porra!
Ui! Num dia como hoje, ler você me deu vontade de sair xingando por aí, mesmo sem saber, ainda, responder do que é feita a porra que explodiria da minha boca (nos dois sentidos, ou mais).
Giovana, é parar pra pensar, ruminar no silêncio e então xingar com propriedade.... rs...
Eu quero xingar, mas abdico de toda propriedade.
Do que é feita eu não sei, mas se for gostoso, cospe que faz mal.
Às vezes é preciso ser ÁCIDO para desestrutuar a BASE.. ashuahauhsuh
Chupa, sente o gosto mas não engole; dizem que engorda...rs
Com certeza, não só do meu gozo.
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