Me ocorre a ideia de que não posso ficar saudável num mundo doente. A satisfação soa um crime contra os amigos. A felicidade uma falsidade, até canastrice. O pessimismo talvez seja o único estado de espírito moralmente confiável. A angústia, o indício de que ainda sou humano. Acho que a única luta que resta é contra a ignorância e aquela tristeza que nos deixa letárgicos. Ou não, talvez o jeito seja se entregar pra corrente, margulhar na virtualidade dos prazeres rápidos, do entretenimento infinito, das relações epidermicas e dos desejos descartáveis. Levar como der, como deus quiser. Aguardar o corpo seder, ou que os Maias estejam certos. Já que o suicídio pede certa esperança.
4 comentários:
São ou doente, o (bom) jeito de (fingir) dar jeito é viver. Num é?
Concordo, até o suicídio embute a ideia de esperança. Muitas vezes penso que a ignorância é libertadora.
Respeito quem diz que a ignorância é libertadora, apesar de acreditar no contrário.
Também sou MUITO pessimista: no que escrevo, na maneira de olhar o mundo... Acho que tudo é muito decadente, e até meu blog (www.temalgumacoisaerrada.blogspot.com) é prova disso.
PS: "seder" está escrito errado, não?! Vc quis dizer "ceder"??
Abraço, ótimo texto.
www.temalgumacoisaerrada.blogspot.com
Sigamos! Empurrando com a barriga, pq não dá pra arrancar a barriga fora pra empurrar.
Já te adicionei tb.
Abraço
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