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sábado, 15 de agosto de 2009

Meu lugar

Cada vez mais aqui dentro. Cada vez mais dentro. Para dentro. Dentro. Alfinetes dentro. Das gavetas, dentro. Papéis usados pelo verso, dentro. Esparramados pelas arestas de dentro. Cadeiras dentro de roupas desdobradas para dentro. Cada vez mais, dentro. Dobrado, vincado, definido para dentro. Entrando, estando dentro. Explosões contidas dentro de caixas de botique. Janelas fechadas para dentro. Tapetes com sujeira por baixo e dentro. Olhos dentro de paredes descascadas e cimento por dentro com tijolos sem som. Fechado dentro e não há mais como estar mais dentro pelo limite do espaço. Pela margem da matéria. Talvez uma cegueira ou uma hipotermia, as vezes outra chave abriria outra porta. Para dentro.
Não há como saber, de dentro.

2 comentários:

Anônimo disse...

O lado de dentro muitas vezs vai muito laém do que vemos exteriormente,mas de tanto entrar de mais nele,acabamos perdendo o parâmetro,somos engolidos e quando vemos,nos perdemos onde antes,tentamos nos achar.
Sou aluna do Thiago ^^,estou fazendo uma Oficina de Criações literárias com ele.Bjo,até.

Nanete Neves disse...

Belo exercicio de instrospecção em alta potência.