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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Nova coluna: Realidade ou ficção?

Pessoas, tive a ideia de criar uma coluna, onde vou contar, ou pedir para alguém contar histórias que não se decidam pela realidade ou ficção. Espero que gostem.
Essa aqui foi contada por um amigo, aconteceu faz pouco tempo, a cena começa no Cambuci e termina perto do Museu do Ipiranga. E ai: realidade ou ficção?:

─ Silêncio, sem alarde. Ninguém precisa se machucar. Liga o carro e vai saindo de boa.
─ Pode levar cara, pode levar, mas...
─ Eu não vou machucar ninguém, se acalma. Vou levar sim, mas não aqui. Agora, liga e sai, de boa. Isso. Motor leve, nossa, carro novo é outra coisa. Você tem seguro?
─ Que?
─ Tem seguro?
─ Não?!
─ Como assim: não-tem-seguro? Você é louco? Mora em São Paulo, cara!
─ É que eu comprei faz pouco tempo.
─ Mas não te ofereceram na loja? Não pode sair de casa sem seguro, não. E se acontece uma batida? Uma enchente? Isso é um absurdo, só atrapalha meu serviço. Eu sou um cara justo. Não quero prejudicar ninguém, numa sociedade capitalista como a nossa eu faço tudo pelo meu conforto, mas não quero acabar com a vida de ninguém, mas ai você vem e não coloca o seguro no carro, logo você que deixa a porta aberta pra ir pegar o pão na padaria? Assim dificulta o processo...
─ Desculpe.
─ Tudo bem. Tudo bem. Anota aí um número. **** - ****. É um cara que eu conheço. Só ligar para ele e ele vai fazer um preço bom pra você. Bem, para ali naquela esquina. Tem um outro ali com a janela meio aberta, quem sabe... E você, trate de resolver isso logo! Na próxima não vai dar de cara com um homem justo que nem eu. Ah! E nem pensar em ligar para polícia, me denunciar, olha lá, hein... se não te caço e dou um tiro na sua espinha. Eu não gosto de matar, mas aleijar...

3 comentários:

Laura Fuentes disse...

Uau! Bandido cheio de valores...rs
Gostei da idéia das histórias meio realidade meio ficção, assim como a vida. Vou pensar numa prá colaborar.

jmgredskins disse...

http://satellitepc2009.blogspot.com/

Tiago Bode disse...

ficou mais engraçado escrito, do que contado... eu voto em ficção, mesmo sabendo a verdade... ôps!